Indígenas do Rio Grande do Sul

Sempre falando aqui sobre os Povos Originários e seus legados na nossa cultura, para além do churrasco e chimarrão, do chiripá e de modos de fazer como plantios e colheitas. Nossos patrimônios culturais são muito ligados aos povos daqui e suas diversas etnias.

Vamos combinar de falar sobre eles no presente e no plural assim como eles tá?! E não só em abril mas o ano todo. É indígena, é aldeia, são muitos e diversos, estão em todos os lugares (e se não estão, deveriam estar).

Aqui trago links que pesquisei e os que já publicamos aqui no blog, espero poder contribuir com a pesquisa e leitura de vocês.

Aqui sobre os Charruas que acreditavam-se extintos e que continuam sua luta.

Sobre a Aldeia Polidoro aqui também

Saberes e fazeres – antes, agora e depois

Saberes e fazeres – antes, agora e depois


Participando do Curso de Folclore 2023 – Folclore e Tecnologias, promovido pela Comissão Gaúcha de Folclore foi proposto o tema: Como fomentar os saberes e fazeres populares na atual sociedade tecnológica em que estamos inseridos? Como professora de história e geografia, tradicionalista e folclorista e sempre estudante confesso que escrever sobre essa temática é um regalo para alma. Apaixonada por esses temas onde sempre há o que aprender e ensinar.


Em minhas experiências escolares ou no CTG vivenciei e vivencio na prática, cotidianamente, o desafio de os estudantes (re)conhecerem seus/nossos folclores e tradições. Nem consigo ministrar uma aula, seja ela sobre qualquer conteúdo, sem falar nessa temática. Tento mostrar que assim como todas as matérias são interligadas, nossos saberes e fazeres antigos ou novos também são. Para compreender como uma lenda com uma princesa moura (Salamanca do Jarau) veio parar na letra do hino tradicionalista é preciso contextualizar a história desde a península ibérica. Ou para entender o porquê de o Negrinho do Pastoreio ser criança e ter que trabalhar (pergunta feita pelas crianças quando conhecem a lenda) é necessário explicar a escravização dos povos africanos.


No livro a Danação do Objeto (2004, p.144) Francisco Ramos diz: “Como falam os antropólogos, torna-se necessário estranhar o normal, perguntar-se sobre o cotidiano e suas banalidades, questionar-se sobre o óbvio. Não há conhecimento sem espanto”. Essa curiosidade é essencial para um aprendizado significativo. E como estimular esse interesse pelo que já está aí? Como fazer para que a investigação de onde vem o hábito do chimarrão, ou de onde vem a cuia de porongo seja tão interessante quanto jogar vídeo game ou navegar nas redes sociais? Sugiro uma sociedade ilimitada, nos aliando às tecnologias conseguiremos sensibilizar esse estudante e incentivá-lo a buscar suas respostas, tornando-o protagonista do seu saber e do seu fazer.


Compartilho aqui alguns experimentos exitosos, para além dos do dia a dia, que tive a oportunidade de por em prática, alguns com meus alunos, outros com as prendas e peões, e outros ainda com minha família.
Em 2020 devido a pandemia de covid-19 e o isolamento social, durante as aulas remotas, solicitamos para cada turma, de uma das escolas em que atuava, de educação infantil e ensino fundamental, do maternal ao 5o ano, contar uma lenda do nosso folclore brasileiro. A professora titular escolheu e dividiu as partes entre os alunos, cada um enviou um vídeo com sua parte onde, depois de editado, contava a lenda inteira. Os vídeos foram divulgados
nas redes sociais da escola e muito assistidos.
No decorrer de 2021, em que vivíamos entre idas e vindas de aulas presenciais e remotas, lançamos o Museu do Folclore Virtual de Cacequi, em que quatro turmas, de 6o ao 9o ano, de duas escolas distintas se juntaram virtualmente para produção do acervo do museu. O combinado era tentar não repetir as diversas lendas, parlendas, trava-línguas, danças, pratos típicos e brinquedos e brincadeiras. Junto a isso promovemos um concurso do logotipo do museu em que todos puderam participar e depois votar no escolhido. Esse projeto contou com o apoio interdisciplinar das professoras de artes e língua portuguesa.


Em outro colégio desenvolvemos no mesmo ano, com o ensino fundamental 2, uma mostra folclórica em que os estudantes dos anos finais apresentaram as mesmas “categorias” que foram propostas para o museu virtual, para os colegas dos anos infantil e inicial. Presencialmente podemos perceber o encanto e curiosidade dos alunos menores e a animação de ensinar dos maiores.
Em todas as atividades notamos a participação das famílias, seja contando seus saberes e fazeres ou ajudando na confecção dos exercícios e, principalmente, divulgando com orgulho em suas redes sociais os temas de casa dos filhos.
Enquanto essas atividades eram pensadas e planejadas meus três filhos, que também são estudantes, acompanharam todas as etapas, Joaquim o caçula, com quatro anos na época já gostava de lendas e se tornou especialista em folclore brasileiro se auto intitulando folclorista, para orgulho dos pais. A pedido de sua professora apresentou uma fala sobre a temática para os colegas da creche. Por conta dessa atividade Joaquim descobriu vários jogos para celular sobre o folclore que pude compartilhar com meus alunos também.


Também por conta do isolamento social de 2020 e da dificuldade de encontrar, mesmo na internet, alguns conteúdos para as provas de prendas e peões, as cirandas e os entreveros, decidimos, marido e eu, em casa criar um blog para divulgar os materiais que tínhamos disponíveis. Desde então seguimos na divulgação de mais materiais, eventos e artigos de opinião no blog Estudando no Galpão, agora nosso quarto filho. Sentimos a necessidade do blog ter rede sociais para maior alcance e, mesmo com pouco tempo para nos dedicarmos a ele o blog vem crescendo em acessos.


Nessas experiências utilizamos os saberes e fazeres de ontem, de hoje e abrindo portas para os que ainda virão. A tecnologia aliada ao nosso folclore e as nossas tradições tem o poder de nos auxiliar a manter vivas nossas tradições, estimulando as gerações que vem por aí com a mesma fascinação que temos.


O encanto do saber é contagioso!

Mulheres na História do Tradicionalismo

Tantas antes de nós, tão importantes para estarmos aqui, desfrutando de tantas coisas (não só no tradicionalismo). Pois bem, pensando no 8 de março, Dia Internacional das Mulheres, penso nas mulheres da nossa história e nas que participaram/participam do movimento.

Faz pouquíssimo tempo, 2020, que tivemos a primeira presidente no Movimento Tradicionalista Gaúcho Gilda Galeazzi, e agora de novo mais uma mulher à frente do cargo, Ilva Maria Borba Goulart. Movimento esse que começou exclusivamente com homens e só se desenvolveu com a chegada das mulheres. Os mais machistas dirão que foi para serem pares de baile somente, sabemos que óbvio que não. 

Sou muito grata por participar do movimento na mesma época onde tivemos a primeira “patroa sem patrão” em um CTG, Tainá Valenzuela, que a presidente da Comissão Estadual dos Festejos Farroupilhas, Gabriella Meindrad, vem fazendo uma trabalho incrível, onde as patronas dos Festejos Farroupilhas, Liliana Cardoso e Maria Luiza Benitez levaram (como sempre levaram) nossas vozes e anseios. Lembrando de todas as prendas que nos orgulham tanto levando nossas tradições a todos os pagos.

As pesquisadoras que nos antecederam Lilian Argentina, Paula Simon, Martly Schol, Rose Marie Reis Garcia, Sônia Campos, Cristina Wolffenbüttel, Ilka D’almeida Santos, Elma Sant’Ana, Edinéia Pereira entre tantas outras, impossível nomear todas, tão importantes para nós.

Desde Maria Quitéria, Cabo Toco, Anita Garibaldi, Caetana Gonçalves, e todas as que não tiveram seus nomes registrados na história, todas que lutando, dançando, limpando, tocando instrumentos ou rebanhos, cozinhando, jogando em todos esportes existentes, plantando, dirigindo automóveis e lugares, declamando, cuidando e cantando foram protagonistas de suas histórias e da história do tradicionalismo.

Todas elas, nós e nossas descendentes terão que continuar nossa luta e temos a certeza que estaremos bem representadas. Exemplos não nos faltam.

Pra todos e todas: Apoie, enalteça e valorize as prendas que continuam nossa luta por voz e espaço, porque se tem uma coisa que mulher pode é poder! Nos respeitem e nos ouçam!

Vídeo das Origens do Dia Internacional da Mulher dessa que vos fala:

Carnaval Gaúcho II

Já falei aqui, e continuarei falando e defendendo que assim como o CTG, o carnaval é uma manifestação autêntica da cultura brasileira, e fazer parte de um bloco ou escola de samba não anula a participação de uma prenda ou peão no CTG.

Ontem no podcast Quem planta a semente do amor, do artista Paulo Evandro de rosário do Sul, o tema foi Carnaval uma conversa séria! Os convidados escolhidos à dedo para esse bate-papo fizeram falas contundentes e certeiras, incluindo o carnavalesco Bira de Cacequi. Foi uma aula se for resumir tudo o que foi dito. Assim como os tradicionalistas (muitas vezes, mas não o tanto quanto eles), os carnavalescos também tem que defender o direito de ser, estar e fazer arte, ocupar os espaços.

A importância do lazer como direito de todas e todos se faz muito presente e definitiva para fazer acontecer. Explico: o entendimento da população e principalmente dos governantes de que festas/festivais populares não “tiram” o dinheiro/verba de outro lugar como saúde e educação como vários gostam de falar. Cada um tem o seu.

Sinto um orgulho muito grande em fazer parte dos dois, sim realizei meu sonho de tocar na bateria Mancha Verde da Escola de Samba Unidos da Vila Iponã e foi tudo!

Lógico que há quem não goste (ruim da cabeça ou doente do pé hehehe), mas a maioria das pessoas que frequentam o CTG estavam em blocos ou escolas de carnaval aqui em Cacequi, que é uma cidade pequena mas com uma cena cultural super rica.

Esse ano tivemos o retorno de um bloco de carnaval de componentes do CTG General Osório: o SambaTchê.

Com a frase: No CTG ou na avenida a festa é garantida, fizeram a alegria de quem foi assistir e óbvio de quem participou. Tão bom ver pessoas de todos jeitos e idades brincando o carnaval. E o desse ano foi lindo e muito bom.

O Paulo Evandro falou no podcast que “as invernadas e as escolas de samba são uma peça teatral a céu aberto”, concordei na hora! Tanto lá no CTG, quanto no barracão da escola e quanto na coxia do teatro a emoção, a doação, o trabalho e o amor são imensos.

Ortaça patrono dos festejos 2024 – Ano missioneiro

Mais que merecido heim?! Pedro Ortaça, no mesmo ano da comemoração do centenário de Jayme Caetano Braun, escolhido como patrono dos Festejos Farroupilhas desse ano. Um dos troncos missioneiros junto com Noel Guarany e Cenair Maicá.

Músico Pedro Ortaça, patrono dos Festejos Farroupilhas 2024 — Foto: Clio Luconi/Divulgação – retirado de G1.com

Aqui a música que toda gaúcha e gaúcho sabe qual é só pelos primeiros acordes. Uma das músicas que descreve nosso amor por esse chão:

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